NO LLORES POR TI ARGENTINA...
Resultados à parte, é curiosa a tragetória que nosso futebol toma. Pelé, ainda não contente em ser o rei da bola, quer também pousar de intelectual. Um fiasco.
Nossos vizinhos argentinos vibram, provocam, Maradona promete comemorar a vitória peladão e tudo o mais: isso é futebol. Enquanto isso, "nós outros", ao invés entrarmos na brincadeira e cairmos nas provocações dos hermanos com outras provocações, ficamos perdendo tempo censurando, discutindo eruditamente as provocações do debochado técnico argentino, e idolatrando um pseudo-intelectual. Eu diria que não o Brasil, mas a Argentina é o país do futebol.
Futebol é brincadeira, é provocação e emoção. É o Felipão zangado, é Zagallo passando, olho-no-olho, confiança para seu grupo. Futebol se resolve no campo e na arquibancada. É isso.
Hoje, infectados com as etiquetas européias, tenta-se ganhar futebol com palestras de auto-ajuda para milionários, com intelectualismo, e com isso estamos importando também o frio europeu, e ironicamente acusamos os argentinos de quererem ser europeus. Não é irônico isso?
Por que, à semelhança dos argentinos, não importamos a educação européia e fabricamos o futebol em casa?
No mundo globalizado, parece-me que a Argentina faz escolhas melhores que as nossas: educação dos países frios, mas o futebol tropical.